Eu não nasci nas linhas douradas da realeza,
mas sou filha do comércio,
onde os sonhos se entrelaçam com os
tecidos,
onde o poder se mede em mãos que
sabem negociar,
e em corações que sabem partilhar.
Eu, Lídia, vendedora de púrpura,
carregava nas minhas mãos o fio
que unia o mercado ao templo,
o lucro à generosidade.
Não fui chamada para liderar
exércitos,
mas encontrei força naquilo que
outros viam
como simples mercadoria.
Minha loja era o ponto de encontro
onde as palavras de fé se
misturavam
ao cheiro das finas vestes que eu
vendia.
Mas quem ousaria ver além do que é
visível?
Quem veria a minha verdadeira
missão?
O apóstolo chegou até mim,
não como um líder à procura de
poder,
mas como um peregrino,
trazendo as palavras do Senhor.
Eu, Lídia, ouvi, e o meu coração
não hesitou em abrir as portas da
minha casa
à palavra que salvava,
à mensagem que transformava
o comércio em templo.
Não era uma mulher submissa,
mas uma que se erguia em fé,
usando a sua inteligência e o seu
dom
para moldar um novo caminho.
A minha casa tornou-se um refúgio,
um lugar onde a palavra se
espalhava
como o perfume das roupas de
púrpura
que eu vendia.
Não fiz da riqueza um deus,
mas da fé, uma ponte.
Eu, Lídia, que ofereci mais do que
bens,
mostrei ao mundo que,
mesmo na terra onde o dinheiro
flui,
o maior tesouro é a generosidade
e a força da alma que sabe servir.
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