Não nasceu para mandar,
nasceu para cuidar,
enquanto outros erguiam muros,
ele plantava café e dignidade
na mesma terra quente de Campo Maior,
onde aprendeu que o trabalho tem rosto
e que a riqueza só vale
quando é partilhada.
Chamavam-lhe patrão,
mas ele era vizinho, era pai, era irmão,
um homem que sabia o nome de cada trabalhador
e o peso de cada vida.
Não construiu império, construiu família.
A Delta não foi só empresa,
foi casa onde ninguém era deixado para trás
e isso, num mundo onde os fortes esmagam os fracos,
é milagre.
Enquanto outros exploravam,
ele protegia,
enquanto outros ignoravam,
ele escutava,
enquanto outros subiam sozinhos,
ele levava todos com ele.
Na selva do mundo
foi árvore de sombra,
na secura do lucro
foi fonte de humanidade.
E se hoje falamos dele com lágrimas nos olhos,
é porque o bem verdadeiro toca fundo
e não se esquece,
Rui Nabeiro,
não foste só um homem,
foste resposta,
prova viva de que é possível vencer sem pisar
e amar sem perder força
A tua semente germinou
e continuará a dar fruto,
sempre que alguém, escolher ser justo,
mesmo podendo não ser.
(Se esta palavra ecoou em ti, segue o blogue, para mais
versos como este.
O teu silêncio é bem-vindo, mas a tua presença sentida ainda mais.)
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