Há sons que elevam,
como se viessem
de uma matemática secreta
escrita nas espirais do céu.
Outros, desfiguram,
como se rasgassem por dentro
a ordem antiga do coração.
Ouvir é abrir portais.
Escolher o que vibra em nós
é acto de consciência.
Porque toda música é espelho,
e todo espelho devolve
aquilo que somos capazes
de reconhecer.
Mas há também
as notas que ainda não conhecemos,
aquelas que chamam
de um silêncio mais fundo.
Quando escutadas,
não confortam, revelam
e nesse instante,
a alma muda de forma
como se voltasse a casa.
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