No silêncio da noite,
onde o medo se faz mais pesado
do que a espada do inimigo,
eu, Judite, ergui a minha lâmina
não com ódio, mas com coragem.
A minha beleza,
disfarce do poder que não se vê,
não foi o que me guiou,
mas a vontade de salvar o que
amava.
Eu vi a cidade,
sufocada pelo cerco do inimigo,
e os homens, temerosos,
olhavam para os céus
sem saber que a salvação
não viria de um exército,
mas de uma mulher.
Eu não carregava exército algum,
mas o coração de um povo
batia dentro de mim,
e a força que se ergue
não precisa de espadas,
mas de fé e determinação.
Fui até o acampamento do inimigo
com as mãos livres,
e com a mente afiada como a lâmina
que cortaria a cabeça de
Holofernes.
O líder deles viu em mim
o que não podia esperar de uma
mulher:
a astúcia de um general
e a força de um leão.
Na sua tenda, os gritos da guerra
não se ouviram,
porque o destino se decidiu
na frieza do silêncio.
E a minha lâmina,
que cortou o fio da morte,
trouxe a liberdade.
O povo celebrou,
mas não se esqueceu do preço
que a coragem exige.
Eu, Judite,
fui a lâmina que cortou
o ciclo do medo,
e a história me levantou
como símbolo
de que, às vezes,
é no silêncio e na sutileza
que se forjam as maiores vitórias.
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