Seguidores

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Judite, a que cortou o silêncio / J.M.J.

No silêncio da noite,

onde o medo se faz mais pesado

do que a espada do inimigo,

eu, Judite, ergui a minha lâmina

não com ódio, mas com coragem.

A minha beleza,

disfarce do poder que não se vê,

não foi o que me guiou,

mas a vontade de salvar o que amava.

 

Eu vi a cidade,

sufocada pelo cerco do inimigo,

e os homens, temerosos,

olhavam para os céus

sem saber que a salvação

não viria de um exército,

mas de uma mulher.

Eu não carregava exército algum,

mas o coração de um povo

batia dentro de mim,

e a força que se ergue

não precisa de espadas,

mas de fé e determinação.

 

Fui até o acampamento do inimigo

com as mãos livres,

e com a mente afiada como a lâmina

que cortaria a cabeça de Holofernes.

O líder deles viu em mim

o que não podia esperar de uma mulher:

a astúcia de um general

e a força de um leão.

Na sua tenda, os gritos da guerra

não se ouviram,

porque o destino se decidiu

na frieza do silêncio.

 

E a minha lâmina,

que cortou o fio da morte,

trouxe a liberdade.

O povo celebrou,

mas não se esqueceu do preço

que a coragem exige.

Eu, Judite,

fui a lâmina que cortou

o ciclo do medo,

e a história me levantou

como símbolo

de que, às vezes,

é no silêncio e na sutileza

que se forjam as maiores vitórias.

Sem comentários:

Enviar um comentário