Existe uma ordem no caos,
não a que os olhos buscam,
mas a que o coração pressente
quando o silêncio pesa mais do que o cálculo.
Um átomo dança
com a mesma precisão
com que as marés obedecem à lua
e os homens ao espanto.
Chamam-lhe acaso,
mas tudo se alinha
como se cada coisa soubesse
o lugar do seu assombro.
Não é um deus com nome,
nem um trono celeste,
é o traço invisível
que escreve fórmulas em luz
e segreda ao ouvido dos atentos:
«Procura,
porque é no não saber
que começa o milagre.»
A ciência não nega,
interroga
e ao fundo de cada equação
há uma prece sem voz
a esperar quem a ouça.
Sem comentários:
Enviar um comentário