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sábado, 12 de julho de 2025

No silêncio do mistério / J.M.J.

Existe um espaço onde o medo se curva,

onde a alma se abre sem pedir razão,

um santuário invisível, profundo,

onde repousa o segredo da existência.

 

O desconhecido é convite e véu,

um murmúrio que atravessa a noite,

desfaz o peso das certezas mortas,

e revela a vastidão dentro do peito.

 

O sagrado não está longe,

não mora em templos nem em dogmas,

é a reverência simples ao invisível,

o abraço ao vazio que tudo contém.

 

Medo, tua sombra é ponte,

não prisão nem fim do caminho,

pois só quem sente o frio da ausência

pode descobrir a chama que arde.

 

Neste silêncio onde tudo cabe,

há uma dança entre luz e escuridão,

um convite a ser inteiro, vulnerável,

a confiar no mistério que sustém.

 

E assim, passo a passo, sem mapa,

a alma aprende a navegar,

não para escapar do medo,

mas para dançar com ele,

até que se torne uma canção.

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