Quando o dia se repete,
sem surpresa, sem revolta,
o tempo escoa lento, pesado,
e o corpo pesa como pedra.
A alma clama por vento,
por rota nova, por risco,
não basta a segurança de um abrigo,
se o coração se cala no silêncio.
Há quem viaje mil mundos,
mas se perde em si mesmo,
há quem crie, trabalhe e produza,
e ainda sinta o vazio a crescer.
O sentido não é só conforto,
nem a ausência de dor e luta,
mas a dança entre o desafio e a paz,
o encontro entre sombra e luz.
Sem isso, até o riso envelhece,
e a vida se torna um eco frio,
um sussurro que perde a cor,
um sonho que esquece o voo.
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