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sábado, 12 de julho de 2025

O peso da monotonia / J.M.J.

Quando o dia se repete,

sem surpresa, sem revolta,

o tempo escoa lento, pesado,

e o corpo pesa como pedra.

 

A alma clama por vento,

por rota nova, por risco,

não basta a segurança de um abrigo,

se o coração se cala no silêncio.

 

Há quem viaje mil mundos,

mas se perde em si mesmo,

há quem crie, trabalhe e produza,

e ainda sinta o vazio a crescer.

 

O sentido não é só conforto,

nem a ausência de dor e luta,

mas a dança entre o desafio e a paz,

o encontro entre sombra e luz.

 

Sem isso, até o riso envelhece,

e a vida se torna um eco frio,

um sussurro que perde a cor,

um sonho que esquece o voo.

 

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