Erguem cruzes como estandartes,
mas negam o peso da entrega.
Invocam o nome que pregou
igualdade,
para cimentar muros de privilégio.
Tomam as palavras do amor,
e torcem-nas em gumes de exclusão.
Prometem redenção,
mas selam pactos com sede de poder.
Chamam tradição à recusa da
compaixão,
chamam moral ao medo de perder o
trono.
Nos altares da conveniência,
esquecem o pobre, o estrangeiro, o
oprimido.
E o rosto do Crucificado,
desfigurado pela ambição,
já não reconhece quem o clama.
Transformam o caminho em
trincheira,
o pão em moeda,
a bênção em sentença.
E acreditam servir a luz,
quando já só rastejam na sombra dos
seus próprios ídolos.
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