Senhor do Tempo, que trazes
a dança austera entre névoas e pedras,
ajuda-me a caminhar esta ponte,
onde o sonho se quebra e o limite pesa.
Que eu aceite a dúvida que corrói,
sem me perder no labirinto das miragens;
que a sombra do cansaço não apague
o brilho que ainda arde no peito.
Ensina-me a construir com paciência,
nas fissuras do que é incerto e duro,
um solo firme onde o sol se reconheça,
um tempo meu, que resiste e dura.
Quando o nevoeiro quiser me envolver,
que eu saiba respirar a lucidez,
porque mesmo no silêncio mais frio,
a seiva quente da vida permanece.
(Este poema nasce do impacto profundo que a quadratura de Neptuno e Saturno
exerce sobre o meu Sol natal. Uma prece íntima para um tempo de transformação e
recolhimento.)
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