Não fui feita de costela,
fui feita de sede.
Quando olhei a árvore,
vi nela o reflexo
daquilo que ninguém ousava
perguntar.
Não foi fome,
foi coragem.
Provei do fruto
porque não suportava o interdito
imposto sem explicação.
E quando soube,
quando vi o mundo com olhos
abertos,
chamaram-me queda.
Mas eu fui ascensão.
Porque a ignorância
não é para sempre o paraíso,
e o saber tem um preço
que só as mulheres conhecem.
Expulsaram-me,
mas saí de pé,
com a dor, sim,
com o parto, sim,
mas com o saber gravado na carne.
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