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segunda-feira, 14 de julho de 2025

Ester, a que salvou / J.M.J.

Em um palácio dourado,

onde as máscaras são mais valiosas que os rostos,

eu, Ester, entrei sem ser chamada,

mas não era o luxo que me moldava,

nem a coroa que repousava sobre minha cabeça.

Era o coração de uma mulher,

silencioso mas profundo,

que sabia que a verdadeira força

não se mostra aos olhos,

mas se move nas sombras do medo.

 

Fui filha da vontade do acaso,

uma orfã em uma terra distante,

mas naquele império vasto e dourado,

minha alma sabia o peso do meu nome.

Não fui a rainha de todos,

mas fui rainha do meu destino,

e daquilo que, a princípio, parecia ser

um lugar sem voz.

 

Quando o rei, de coração volúvel,

decidiu o destino de meu povo,

eu, uma mulher sem poder visível,

me tornei a espada invisível

que cortaria o mal pela raiz.

Eu não ergui um exército,

não fui para a batalha com armadura,

mas com a força das minhas palavras,

com a coragem de quem sabe que,

ao calar-se, pode ser mais mortal

do que qualquer espada.

 

E o destino que parecia selado

se virou no instante certo,

e eu, Ester, nasci para agir

quando o silêncio já não era uma opção,

para ser o eco do meu povo

no trono dos reis.

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