Em um palácio dourado,
onde as máscaras são mais valiosas
que os rostos,
eu, Ester, entrei sem ser chamada,
mas não era o luxo que me moldava,
nem a coroa que repousava sobre
minha cabeça.
Era o coração de uma mulher,
silencioso mas profundo,
que sabia que a verdadeira força
não se mostra aos olhos,
mas se move nas sombras do medo.
Fui filha da vontade do acaso,
uma orfã em uma terra distante,
mas naquele império vasto e
dourado,
minha alma sabia o peso do meu
nome.
Não fui a rainha de todos,
mas fui rainha do meu destino,
e daquilo que, a princípio, parecia
ser
um lugar sem voz.
Quando o rei, de coração volúvel,
decidiu o destino de meu povo,
eu, uma mulher sem poder visível,
me tornei a espada invisível
que cortaria o mal pela raiz.
Eu não ergui um exército,
não fui para a batalha com
armadura,
mas com a força das minhas
palavras,
com a coragem de quem sabe que,
ao calar-se, pode ser mais mortal
do que qualquer espada.
E o destino que parecia selado
se virou no instante certo,
e eu, Ester, nasci para agir
quando o silêncio já não era uma
opção,
para ser o eco do meu povo
no trono dos reis.
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