O poder não se anuncia com estrondo,
disfarça-se de luz, como uma
promessa de salvação,
tão suavemente que, ao princípio,
parece até necessário.
Fala de proteção, de ordem,
mas por trás da palavra, está a
prisão.
O que é imposto como lei,
veste-se de virtude,
como um manto brilhante que cega os
olhos
de quem não vê.
"É para o teu bem",
dizem,
mas é para manter o controle
e prender a mente.
E o medo, que deveria ser apenas um
suspiro,
transforma-se no ar que respiramos,
na razão do que fazemos, do que
aceitamos.
Já não questionamos, já não olhamos
mais para os lados.
A verdade, que é sempre dura,
é uma mentira que nos vendem com
suavidade.
Aqueles que se dizem salvadores
são os mesmos que nos escravizam,
com as mãos abertas e promessas
doces,
mas é na boca que a mentira se
instala,
e no coração, a sombra.
O poder nunca pede permissão para
entrar,
ele se disfarça, torna-se familiar,
e no fim, já não sabemos distinguir
quem é o opressor e quem é o
libertador.
Sem comentários:
Enviar um comentário