Dirão que venceram a morte
com máquinas no sangue
e promessas nos ossos.
Dirão que são livres,
mas nunca terão o cansaço
onde mora a consciência do limite.
Andarão pelas eras
como sombras lúcidas demais
para sentir.
E nós?
os que morrem com os dias?
Continuaremos a nascer
em cada abraço que se despede,
em cada olhar que demora
o que vale por ser breve.
Os imortais não saberão da ternura
de envelhecer lado a lado,
nem do terror que purifica
quando um corpo fraqueja.
Serão saudáveis, sim,
mas desertos de alma.
Porque só quem sangra com o tempo
conhece a seiva quente
de ser humano.
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