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sexta-feira, 11 de julho de 2025

O Que se Retira, Renasce / J.M.J.

Não é fuga, é semente,

não é silêncio, é outro som.

Há um tempo que me chama

para fora do espelho,

onde já não preciso

de ser figura.

 

Não partirei por desilusão,

nem por desdém,

mas por escuta,

porque dentro,

há qualquer coisa que se afina

com o que já não pede palco.

 

Se os dias se encarregarem de abrir caminho,

seguirei

e se não abrirem,

saberei esperar.

 

Quero deixar

o nome que se repete,

as vestes que me expõem,

e ficar apenas com o intento:

estar presente

sem me mostrar,

servir

sem me dizer.

 

No fim do próximo inverno,

serei quem guarda e cuida

de uma pequena luz,

mesmo que ninguém a veja

ou entenda. 

 

 

 

(Este poema nasceu, sob a pressão subtil e firme de uma quadratura de Neptuno e Saturno ao meu Sol natal, em 2025/2026.

Sinto-me a aproximar de um tempo em que deixarei o que hoje faço, para me recolher numa missão mais silenciosa, menos exposta, onde o ego possa ceder espaço à consciência.

Espero que os acontecimentos, por si, se alinhem ou precipitem, conduzindo-me com clareza e firmeza a essa nova adaptação.

Que este passo seja não um fim, mas uma transformação contínua, onde o ser se faça luz mesmo na sombra.)

 

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