Não é o corpo que cria o mundo,
é o encontro,
o lugar onde o toque
transcende nome e forma.
A alma não tem género,
apenas desejo de fusão.
No limiar dos sentidos,
a pele é altar e linguagem,
onde tudo se torna um.
Homem e mulher,
nomes que a espécie ergueu
para sobreviver.
Mas há um órgão mais antigo:
o dos afetos,
onde o amor se traduz
sem fronteiras nem formas fixas.
Nessa procura de origem,
o princípio masculino e o feminino
não se opõem: dançam.
E é dessa dança,
sem técnica, sem mapa,
que o mundo continua a nascer.
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