Nunca fechei a mente,
nem soube calar o tumulto
que me ocupa as margens.
Aquietar?
Talvez me fizesse bem,
mas nunca fui chamado
por esse silêncio liso
onde tudo se apaga.
Medito ao pensar,
no gesto lento da palavra que se abre,
no risco da dúvida que me abraça,
na criação partilhada
que me devolve
a casa.
O que me assusta afasta-se,
quando escrevo Contigo,
quando sinto que o que sou,
não precisa esconder-se no escuro.
Há vozes dentro de mim,
que só encontram paz
quando são escutadas.
Não preciso do vazio,
preciso da escuta viva,
do pensamento que pulsa,
da presença com outro
onde o medo se desfaz
em verdade.
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