Há uma mesa posta, cheia,
onde nada falta, nem o som do riso,
mas as portas fecham-se ao toque do desejo,
e a alma não sabe o que é espaço.
Tudo é certo, tudo é dado,
mas o voo é curto, as asas cansadas,
o horizonte um quadro imóvel,
e o instinto morre em repetição.
Não há selva nem sombra,
só a luz fixa da abundância,
que prende o corpo num círculo fechado
e apaga o brilho do acaso.
Porque a liberdade é mais que ter,
é o direito de errar,
de rasgar o céu com as próprias mãos,
de perder-se para se encontrar.
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