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sábado, 12 de julho de 2025

Areia que pensa / J.M.J.

Não me interessa a palavra que não sacode,

que não desperta sentidos,

que não incendeia ação,

que não raspa a ferrugem do costume.

 

Pensar é cavar fundo,

até às pedras ocultas onde nasce a sede.

E escrever… escrever é oferecer o cálice,

mesmo que vazio,

porque às vezes, é no gesto que a água vem.

 

Sou um grão,

um entre muitos,

mas não quero ser inerte.

Se tocar alguém,

mesmo que sem saber,

talvez o seu sopro leve o meu sopro

até à dobra de uma estrela.

 

E ali, sem nome,

o universo inclina-se um pouco mais

na direção do que é vivo.

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