Não me interessa a palavra que não sacode,
que não desperta sentidos,
que não incendeia ação,
que não raspa a ferrugem do costume.
Pensar é cavar fundo,
até às pedras ocultas onde nasce a sede.
E escrever… escrever é oferecer o cálice,
mesmo que vazio,
porque às vezes, é no gesto que a água vem.
Sou um grão,
um entre muitos,
mas não quero ser inerte.
Se tocar alguém,
mesmo que sem saber,
talvez o seu sopro leve o meu sopro
até à dobra de uma estrela.
E ali, sem nome,
o universo inclina-se um pouco mais
na direção do que é vivo.
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