No silêncio onde a alma hesita,
há um fogo que arde em segredo,
desejo que dança entre a sombra e a luz,
um campo aberto de vontades divididas.
Amar é construir abrigo firme,
onde os passos se cruzam,
onde o corpo repousa confiante.
E, no entanto, no vento que não se prende,
surge a inquietude, chama que pede espaço,
um anseio por múltiplas pulsões,
por ecos de outros corpos e olhares.
O medo, fiel guardião da história,
ergue muros de lealdade e silêncio,
pesa o coração com o fardo da culpa,
e cala o impulso que quer voar.
Mas ser inteiro é aceitar essa luta,
não negar a tempestade interna,
reconhecer que o amor é múltiplo e único,
ao mesmo tempo.
Entre o desejo e o silêncio,
aprendo a caminhar com ternura,
abraçar as contradições do ser,
e habitar a verdade sem vergonha.
Porque a alma que busca,
não trai, apenas é,
na vastidão dos seus segredos.
Sem comentários:
Enviar um comentário