No quarto céu, onde a estrela oculta
traça cĂrculos no sal do tempo,
um nome foi sussurrado ao vento
que jamais toca o chĂŁo.
đ
Sete degraus sob a figueira,
o terceiro brilha.
Ali, a serpente beija o calcanhar
e desperta o que dormia no osso do silĂȘncio.
đ
LĂȘ no espelho da ĂĄgua
a letra que falta no teu nome.
Escreve-a com sangue de romĂŁ
e guarda-a onde ninguém ouve,
mas todos sentem.
☿
A chave estĂĄ no nĂșmero que se repete
quando sonhas com espirais.
A sombra nĂŁo Ă© o inimigo,
Ă© a linguagem do que nĂŁo pode ser dito em voz alta.
✶
E se alguém te perguntar
de onde veio este saber,
responde apenas:
“Caminhei com o vento
atĂ© onde o fogo aprende a ouvir.”
A ti, que lĂȘs sem ler,
fica a centelha.
O resto…
nas entrelinhas.
Nota do Caminhante
Este poema Ă© uma pedra solta
num caminho esquecido,
um vestĂgio deixado sem alarde.
Talvez nunca seja visto,
talvez apenas sussurrado Ă queles que sabem ouvir.
NĂŁo hĂĄ exigĂȘncias nem respostas,
apenas um sinal discreto,
um convite ao silĂȘncio e Ă atenção.
Nada mais se diz,
nada mais se pede.
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