Não ficará o nome,
nem o rosto.
Ficará o gesto
que sarou uma ferida
num corpo ou numa cidade.
Ficará o engenho
de quem levantou um teto
onde antes havia frio,
ou o saber
de quem ensinou sem vaidade
a pensar.
Ficará a semente lançada
na terra dos outros,
sem esperar aplauso.
O mundo não muda por gritos,
mas por mãos que trabalham
em silêncio.
O que nos justifica
não é sermos lembrados,
é termos sido úteis
a um só sopro de vida
que, por nossa causa,
respirou melhor.
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