Não é de deuses,
nem de conquistas,
nem de eternidades sem falha.
O meu mito tem pele,
tem olhos que veem para lá do medo,
tem mãos que não tremem
quando o mundo se parte.
Não o sonho em palácios,
nem o espero montado em promessas.
É chão,
é presença inteira,
onde eu possa ser quem sou
sem precisar esconder o que falha.
É aquele que me olha
como se eu fosse livro por abrir,
e lê sem julgar,
apenas para conhecer.
É quem me protege,
não como escudo,
mas como porto seguro
onde o corpo se desfaz do cansaço
e o espírito se volta a erguer.
É quem me guia
sem puxar por mim,
só por acender a sua própria luz.
Talvez nunca venha,
talvez exista só neste canto da
alma
que nunca deixou de acreditar.
Mas é esse amor,
o completo, o cúmplice,
o que leva e devolve
a sabedoria de ser dois,
que me mantém vivo
mesmo quando caminho sozinho.
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