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quinta-feira, 10 de julho de 2025

Diana, a que não pede licença / J.M.J.

Não pertenço a ninguém;

nem ao tempo,

nem ao leito,

nem ao desejo alheio.

 

Sou a que caminha sem rasto,

a que ouve os animais

e entende a linguagem das árvores.

O arco que trago

não é ameaça,

é fronteira.

 

Não nasci para o toque imposto,

nem para o espelho dos homens.

A minha nudez

é uma bênção só minha,

sem preço nem castigo.

 

Dizem que sou severa,

mas apenas conheço os limites

e exijo que os respeitem.

 

Sou irmã da Lua,

mas não sou sombra de ninguém.

Sou donzela,

não por pureza,

mas por escolha

e a escolha é sagrada.

 

Quando me chamam,

não venho com flores,

venho com olhos atentos

e pés ligeiros,

trazendo a força

das mulheres que não precisam

ser salvas.

 

Sou Diana

e a minha bênção

é a liberdade

que nenhum altar ousa prometer.

 

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