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quinta-feira, 10 de julho de 2025

Afrodite, a que nasce da espuma / J.M.J.

Do mar profundo, eu venho,

onde o desejo e a dor se encontram,

onde a espuma não é só beleza,

mas também a força que nos arrasta

para o que não sabemos.

 

Sou o riso e o suspiro,

o toque que desperta o corpo

para o seu próprio ritmo.

Não sou só amor,

sou criação,

sou a carne que se molda

como o vento molda as dunas.

 

Não busco ser possuída,

mas ser a chama

que acende tudo o que toca.

O que nasce de mim

não é simples prazer,

é transformação.

 

Dizem que a beleza é minha,

mas ela não é o que veem

nos meus olhos ou na minha pele,

ela está no beijo

que faz o coração parar

e depois bater mais forte.

 

Sou Afrodite

e o amor que dou

não é frágil nem eterno,

é o fogo

que consome e renova

sem pedir perdão.

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