Não quero destruir o que foi terno,
nem apagar o que ainda me liga,
mas há em mim um rio que insiste,
não quer morrer sem ter tocado o mar.
Há um fogo que não se apagou,
há um desejo que não é só pele,
é alma a gritar que ainda respira
num mundo que a queria adormecida.
Quero alguém que me beba as ideias,
que me toque a pele com pensamento,
que me olhe com fome de infinito,
mas sem medo da minha história.
Quero amar com verdade,
sem quebrar a ternura que ficou.
Quero que seja possível
o que o mundo diz ser tarde demais.
E mesmo que não venha ninguém,
vou amar-me com o mesmo fervor,
porque ainda sou primavera
num corpo que o tempo não domou.
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