Há quem diga que o tempo é linha,
que nasce, corre e morre,
mas eu vi o tempo dobrar-se
como um lenço no sopro da Origem.
Vi-o abrir-se em três direções,
como asas num pássaro imóvel:
o Passado, o Presente, o Futuro,
não como sequência,
mas como respiração.
O Passado,
uma raiz que canta
nas pedras da memória.
O Presente,
fio invisível
onde o silêncio borda os gestos.
O Futuro,
semente de estrelas
oculta no coração dos dias.
E cada um deles me toca,
me molda, me deixa outro.
Sou feito de tempos entrelaçados,
de ecos que ainda não vivi
e de lembranças por nascer.
O espaço é corpo
e o tempo é alma.
O universo?
Uma dança entre os dois.
E se tudo for tempo
em forma de flor,
então, o agora é o lugar
onde o infinito desabrocha
sem pedir licença.
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