O relógio bate sem aviso,
fora de hora, como se o espaço
não seguisse a cadência da vida.
Há momentos em que o tempo
é vasto, uma sala sem portas,
e tento ocupar o vazio
de mil maneiras,
mas os minutos escapam
como neblina em mãos abertas.
Outras vezes,
o relógio se desfaz
em pedaços pequenos
que nem percebo ter quebrado,
faço tanto em tão pouco
que o tempo se dissolve,
sem deixar rastros.
E entre esses dois tempos,
há a margem onde o presente
se dilui e me sinto
entre o dia e a noite,
sem saber se é uma ou outra,
se é agora ou sempre.
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