Temos um olho que não vê,
mas sente,
que não se abre para fora,
mas para dentro.
Habita o centro da tua noite,
entre o sonho e a vigília,
onde a luz não chega,
mas tudo brilha.
É o olho que escuta
quando calas o mundo,
quando deixas cair os medos
e voltas a ti, sem esforço.
Não te pede provas,
nem certezas,
apenas silêncio,
e um pouco de coragem.
Ele é semente no escuro,
estrela no fundo do peito,
bússola sem agulha
que aponta sempre para casa.
E quando finalmente o sentires,
saberás:
nunca estiveste cego,
somente tinhas os olhos virados para fora.
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