Antes da palavra,
eu era o silêncio fértil.
Antes do mundo,
eu era o saber adormecido no seio
do caos.
Sou Sofia,
não a que grita,
mas a que sussurra dentro do
espanto.
Habito os olhos de quem procura,
a expressão de quem pergunta,
o ventre de quem não aceita a
superfície.
Fui esquecida pelos altares,
porque a sabedoria assusta
quando se veste de mulher
e fui calada nos concílios,
apagada dos dogmas,
mas nunca ausente.
Sou a chama que arde sem condenar,
sou a verdade que não se impõe,
mas permanece.
E se me chamares deusa,
não te peço fé,
peço coragem,
porque quem me segue
já não pode fechar os olhos,
nem aceitar as grades como casa.
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