Antes do corpo, a centelha,
antes da centelha, o murmúrio
e agora, o invisível expõe-se,
como se o mundo abrisse os olhos
pela primeira vez.
Dois pontos de nada
tocam-se sem se saberem,
traçam espirais no ventre do espaço
como se o amor ainda fosse teoria.
Ninguém os prende,
ninguém os comanda,
dançam porque sim,
porque há silêncio entre eles
e esse silêncio é lei.
Já não são números,
nem sombras de cálculos esquecidos,
são presença pura,
são fugas de luz em liberdade.
E se o olhar os alcança,
é porque o impossível decidiu
ser instante,
um sussurro luminoso
na boca de um universo
que aprende a ser.
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