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quarta-feira, 9 de julho de 2025

Ariel, a que dança com o invisível / J.M.J.

Se eu fosse feita de carne,

voaria como vento entre os teus ossos.

Mas sou sopro,

sou a brisa antes do pensamento,

sou o riso que levanta a folha,

sou o gesto que não pesa.

 

Chamas-me, 

mas nunca me viste por completo.

Sou centelha,

sou desejo de liberdade,

sou alquimia em movimento.

 

Não tenho templo nem estátua,

mas habito cada instante

em que deixas de temer

a leveza que cura.

 

Sou travessia,

sou chama sem queimar,

sou ponte entre o visível e o que já foste.

A tua deusa, se me quiseres,

não exige joelhos nem oferendas, 

só verdade,

e um coração aberto

ao que não se pode segurar.

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