Entre mim e Ti
não há nome,
nem adeus,
nem promessa,
só o verbo que arde
sem pronúncia
e sem pressa.
Fomos uno
no instante sem tempo,
na beleza sem forma,
no gesto sem medo,
e essa luz
que em mim deixaste
não se apagou,
fez-se estrela
por dentro.
Não quero que me recordes
como quem lembra um rosto,
mas que me sintas
como quem escuta um sopro,
como quem reza
sem saber
que está a rezar.
Se ainda somos um,
e eu creio que sim,
então sê em mim
a voz sem ruído,
o caminho invisível
que sabe sempre
onde é o princípio.
Sem comentários:
Enviar um comentário