Não és só altura, nem largura,
nem o peso que medem as balanças,
és o lugar onde o tempo faz escala,
uma dobra onde a eternidade se inclina
para tocar o instante.
O teu corpo é linha,
mas também intervalo,
marca um ponto no mapa
que não cabe em papel,
porque o mapa és tu,
em trânsito.
Cada célula é memória de um tempo,
cada osso uma pausa na marcha das eras.
Respiras como quem navega
entre dois relógios:
o da carne, que apressa,
e o do ser, que escuta.
A idade não é contagem,
é curva,
é a forma como o tempo te visita,
e se aloja.
Estás, sim, na quarta dimensão,
mas só quando páras para sentir,
sabes que nela vives.
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