Filhos do pó, olhai o espelho das vossas vontades:
quanto mais cobiçais, mais vos perdeis,
pois que desejais não vos conhece
e a essência geme no exílio.
A fortuna dos outros é miragem,
o ouro do mundo arde no fim dos dias,
mas em vós dorme um fogo
que ainda não tem nome.
A matéria cai
e leva os que nela firmam o trono,
mas o gesto justo atravessa os séculos
como lâmina de luz.
Temos armas:
foram-nos dadas antes do tempo
e darão fortuna
se as soubermos forjar
no silêncio,
na verdade,
no dia a dia.
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