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terça-feira, 15 de julho de 2025

Relógio em Fuga / J.M.J.

O tempo, esse rio secreto,

não corre igual em todos os corpos.

Na pele dos que partem velozes,

ele escorre devagar,

como se a pressa congelasse a hora.

 

Vê:

há um viajante que atravessa

o céu com asas de luz,

para ele, o futuro demora,

para nós, ele já passou.

 

O relógio dele é de névoa,

o nosso, de pedra

e ambos contam histórias,

mas não no mesmo idioma.

 

E se o amor viajasse assim,

mais perto do limite da luz?

Talvez durasse mais,

não porque ficasse,

mas porque se distanciava.

 

O tempo é relativo,

dizem os físicos,

mas quem ama,

já o sabia.

 

 

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