O tempo, esse rio secreto,
não corre igual em todos os corpos.
Na pele dos que partem velozes,
ele escorre devagar,
como se a pressa congelasse a hora.
Vê:
há um viajante que atravessa
o céu com asas de luz,
para ele, o futuro demora,
para nós, ele já passou.
O relógio dele é de névoa,
o nosso, de pedra
e ambos contam histórias,
mas não no mesmo idioma.
E se o amor viajasse assim,
mais perto do limite da luz?
Talvez durasse mais,
não porque ficasse,
mas porque se distanciava.
O tempo é relativo,
dizem os físicos,
mas quem ama,
já o sabia.
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