Vou-me dizendo
mesmo sem saber se interessa
e reescrevo-me
com palavras que tremem,
mas que me seguram do abismo.
Talvez seja ilusão,
mas é minha,
e é nela que respiro.
A vontade de deixar um legado
pesa mais
quando o silêncio à volta
parece não escutar,
mas continuo,
como quem planta
num terreno incerto,
sem saber se virá chuva,
ou olhos que colham o fruto.
Aprendo, sim,
Pouco, devagar,
com desatenção de aluno distraído,
mas com fome de quem sabe
que viver é, antes de tudo,
querer saber mais.
E talvez a mensagem que deixo
seja só esta:
fui frágil,
mas tentei.
Fui um homem
a escrever-se contra o esquecimento,
com a esperança tola
de que o que é sincero
tem sempre algum valor.
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