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terça-feira, 15 de julho de 2025

Grades Invisíveis / J.M.J.

Ambiciono a liberdade

porque sou um prisioneiro,

de mim, das máscaras que fui colando

como selos em cartas que nunca enviei.

 

Há celas sem fechadura

onde o corpo é só fachada

e a alma, sem mandato,

obedece ao medo herdado.

 

Não basta que me soltem os braços,

se o coração ainda treme

ante a verdade que sei

e os olhos não sustentam.

 

Vivi coisas que calei

para não ferir os que nunca ousaram.

Sou um pecado na oração dos medrosos

e heresia de mim mesmo.

 

E no entanto,

há noites em que o silêncio me absolve

e a dor de ser quem sou

quase parece um milagre.

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