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terça-feira, 15 de julho de 2025

Tudo Vibra / J.M.J.

Vibra a Terra no seu dorso inclinado

como um ventre antigo a recordar a lua,

vibra o sangue, a seiva, o silêncio das raízes

e a pedra calada, guarda um fogo antigo.

 

Vibra o meu cérebro em línguas elétricas,

em sinapses que tocam o que não se vê,

e a minha psique, quando a libido galopa,

rasga o chão do real e entra na fenda do ser.

 

É pulsação que não cabe no corpo,

é desejo que não pede licença.

Quando a vibração se torna demasiada,

transbordo do que sou.

Sou presença.

 

Sou corda tensa do arco da origem,

frequência em espiral,

força que não se diz,

mas age.

 

Não sou dono desta onda,

sou ela.

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