No ventre do Brasil,
um filho de sangue traidor
sussurra com voz de serpente,
teleguiado de Washington,
negociando sanções
como quem vende o coração da própria mãe.
Não há bomba visível,
mas há uma guerra,
silenciosa, cirúrgica, suja,
que explode a alma de um povo
com cada palavra diplomática
destinada a calar um juiz.
Casa Branca estende a mão,
não para ajudar,
mas para programar o veneno
que será injetado no Supremo.
E um filho da pátria,
em vez de defender o chão que o criou,
abana a cauda ao império,
e oferece ao mundo
o corpo moribundo da justiça brasileira.
Cada gesto, um punhal;
cada acordo, uma cova aberta.
A bomba não cai,
mas a soberania morre.
Como aceitar que um filho
seja o porta-voz do carrasco?
Como olhar para um nome
e ver apenas um esgoto diplomático?
Família?
Só se for de interesses,
de cúmplices, de cobardes
que se ajoelham com farda cristã
para lamber botas estrangeiras
e entregar juízes ao abate.
Revolta, Brasil!
Levanta a palavra como lança!
Que a justiça não se curve!
Que o povo não se venda!
E se já não restar um grão de honra no Senado,
que reste no peito do poeta
a coragem de gritar:
a bomba é vossa,
mas a alma é nossa.
Sem comentários:
Enviar um comentário