Semeio com a mão que tenho,
não com a que imagino
e o que nasce de mim
tem o meu peso,
a minha espessura,
a minha fome.
Amar demais sem ter por onde,
Rasga,
amar de menos,
seca.
Os ramos que lanço ao mundo
levam a seiva do que sou,
não posso mentir-lhes
sem murchar por dentro.
Tudo responde:
o gesto, a carne,
o erro, o beijo,
tudo obedece à lei antiga
do que sustém
e do que floresce.
O corpo sabe:
quem se esquece da raiz,
quebra.
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