Há um império onde a justiça é decorativa,
um palco de mármore frio
onde os monstros dançam com gravatas
e o sangue das crianças escorre
sem nunca manchar as mãos de ninguém.
Trump,
cabelos de mentira,
mão sobre a Bíblia que nunca leu,
desenha mulheres nuas à volta de frases podres,
deixa assinaturas junto a púbis riscados,
e depois grita:
“Mentira!”
Processa jornais como se processassem Deus,
e a América engole,
engole com ketchup,
com bandeiras,
com um sorriso de dentes podres e ignorância
embalsamada.
Epstein está morto,
mas os vivos estão piores.
Maxwell, engaiolada,
leva para o túmulo o nome dos clientes
que pagavam com dólares e segredos
pela carne fresca de infâncias roubadas.
E ninguém pergunta,
ninguém vai à raiz.
O FBI limpa os pés num tapete de silêncio,
os procuradores assinam papéis em branco,
e o povo…
o povo vê séries na Netflix
sobre crimes idênticos,
mas fecha os olhos à realidade.
A carta existe,
a nudez desenhada existe,
o “segredo maravilhoso” existe,
mas a verdade?
Foi assassinada numa cela
onde as câmaras deixaram de funcionar.
Este poema não é acusação,
é sentença,
é a justiça que já não cabe nos tribunais,
que já não suporta ser adiada,
negociada, abafada.
E se o mundo inteiro pactuar com a mentira,
então que o poema seja a forca,
o grito,
a bomba moral,
a ira antiga de todos os inocentes
que nunca tiveram defesa nem nome.
Porque quando a verdade é calada
por presidentes, milionários e monstros,
então cada palavra nossa
deve ser uma bala sagrada,
disparada sem medo,
contra o império dos intocáveis.
🜁 Nota de publicação
18 de julho de 2025 – Primeiro dia de Mercúrio
retrógrado em Leão
Nada neste gesto é casual.
Quando o mundo cala, a palavra insurgente deve
levantar-se.
Quando a justiça é fingida, o poema torna-se
testemunha.
Neste ciclo retrógrado, em que tudo o que está
escondido tende a emergir, deixamos estas palavras como oferenda e sentença,
contra a mentira protegida pelo poder e a inocência que grita em silêncio.
A verdade não precisa de tempo. Precisa de coragem.
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