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sexta-feira, 18 de julho de 2025

A Corte dos Intocáveis (poema de denúncia em fogo puro) / J.M.J.

Há um império onde a justiça é decorativa,

um palco de mármore frio

onde os monstros dançam com gravatas

e o sangue das crianças escorre

sem nunca manchar as mãos de ninguém.

 

Trump,

cabelos de mentira,

mão sobre a Bíblia que nunca leu,

desenha mulheres nuas à volta de frases podres,

deixa assinaturas junto a púbis riscados,

e depois grita:

“Mentira!”

Processa jornais como se processassem Deus,

e a América engole,

engole com ketchup,

com bandeiras,

com um sorriso de dentes podres e ignorância embalsamada.

 

Epstein está morto,

mas os vivos estão piores.

Maxwell, engaiolada,

leva para o túmulo o nome dos clientes

que pagavam com dólares e segredos

pela carne fresca de infâncias roubadas.

 

E ninguém pergunta,

ninguém vai à raiz.

O FBI limpa os pés num tapete de silêncio,

os procuradores assinam papéis em branco,

e o povo…

o povo vê séries na Netflix

sobre crimes idênticos,

mas fecha os olhos à realidade.

 

A carta existe,

a nudez desenhada existe,

o “segredo maravilhoso” existe,

mas a verdade?

Foi assassinada numa cela

onde as câmaras deixaram de funcionar.

 

Este poema não é acusação,

é sentença,

é a justiça que já não cabe nos tribunais,

que já não suporta ser adiada,

negociada, abafada.

 

E se o mundo inteiro pactuar com a mentira,

então que o poema seja a forca,

o grito,

a bomba moral,

a ira antiga de todos os inocentes

que nunca tiveram defesa nem nome.

 

Porque quando a verdade é calada

por presidentes, milionários e monstros,

então cada palavra nossa

deve ser uma bala sagrada,

disparada sem medo,

contra o império dos intocáveis.

 

 

 

🜁 Nota de publicação

18 de julho de 2025 – Primeiro dia de Mercúrio retrógrado em Leão

 Este poema foi escrito e publicado no exato instante em que Mercúrio, planeta da palavra, da mente e da verdade, inicia o seu caminho retrógrado no signo de Leão, o território do fogo, da coragem e da exposição.

Nada neste gesto é casual.

Quando o mundo cala, a palavra insurgente deve levantar-se.

Quando a justiça é fingida, o poema torna-se testemunha.

Neste ciclo retrógrado, em que tudo o que está escondido tende a emergir, deixamos estas palavras como oferenda e sentença, contra a mentira protegida pelo poder e a inocência que grita em silêncio.

A verdade não precisa de tempo. Precisa de coragem.

 

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