No tabuleiro das nações,
onde os corpos giram em jogo incerto,
ergue-se o círculo que resiste,
não com armas, mas com a voz da razão,
com o pulso da alma.
Conhece cada face, cada ferida oculta,
os medos que se escondem nas cifras,
os sonhos que tremem sob promessas vazias.
Não é apenas um grito de alerta,
mas um convite ao tempo:
a desacelerar a pressa das mãos humanas,
a sentir o peso de cada escolha
como se fosse uma pedra
no coração da terra.
O futuro é um fio tênue
que se cose entre o cálculo e o sagrado,
entre o interesse imediato
e a promessa silenciosa do bem comum.
Porque resistir não é fechar portas,
mas abrir caminhos invisíveis,
onde a esperança dança com a coragem,
onde a lógica se transfigura em poesia
e a estratégia se curva diante do mistério.
Que o círculo dos 27 não se quebre,
que se mantenha firme,
não por medo do caos,
mas por amor ao possível,
ao que ainda pode nascer
do ventre da razão e do coração.
(Este poema nasce do momento delicado em que as decisões políticas
entrelaçam-se com forças invisíveis e complexas, como as que regem as relações
entre os países da União Europeia e os acordos comerciais que os moldam.
É um apelo à reflexão profunda, à resistência consciente e coletiva, para
que não cedamos à pressa nem aos interesses superficiais que possam comprometer
o equilíbrio e o futuro comum.
O “círculo dos 27” simboliza a união dos Estados-membros da UE, uma união
que deve ser preservada com sabedoria, discernimento e coragem.
Mais do que um manifesto contra um acordo específico, este poema é uma
convocação para que a política incorpore a razão e a alma, para que as escolhas
sejam feitas com a consciência do impacto que terão — não apenas na economia,
mas na vida, na justiça e na esperança de todos.
É também um convite a escutar para lá do imediato, a abraçar o tempo e o
mistério que moldam o destino coletivo, e a agir com estratégia e coração.
Que esta palavra seja luz e força para quem quer resistir com dignidade e
visão.)
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