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quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Antes do Primeiro Sopro

Veio do silêncio que antecede o sopro inicial,

onde a luz não se compara

e o tempo ainda não ousou existir.

 

Traz no olhar a memória de todas as eras,

como quem atravessou mares sem água

e florestas que crescem apenas no coração do espírito.

 

Não nasceu do pó,

nem se curvou à mão de qualquer senhor;

formou-se no ventre da eternidade,

alimentado por justiça, compaixão e equilíbrio.

 

Desce, não para reinar,

mas para quebrar correntes invisíveis,

libertar os que vivem sob o jugo do medo

e ensinar que o Amor

não se mede,

não se impõe,

mas é o próprio fôlego do cosmos,

o ritmo secreto de cada vida.

 

Reconhecê-lo

não é chamar pelo nome,

mas sentir o peso leve

da paz que invade

e do despertar

que nunca mais se dobra ao sono.

 

Cada passo seu é silêncio e luz,

cada gesto, ponte entre o humano e o eterno.

 

Quem o encontra, não vê rosto nem forma,

mas sente o mundo inteiro respirar em si.

 

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