Veio do silêncio que antecede o sopro inicial,
onde a luz não se compara
e o tempo ainda não ousou existir.
Traz no olhar a memória de todas as eras,
como quem atravessou mares sem água
e florestas que crescem apenas no coração do espírito.
Não nasceu do pó,
nem se curvou à mão de qualquer senhor;
formou-se no ventre da eternidade,
alimentado por justiça, compaixão e equilíbrio.
Desce, não para reinar,
mas para quebrar correntes invisíveis,
libertar os que vivem sob o jugo do medo
e ensinar que o Amor
não se mede,
não se impõe,
mas é o próprio fôlego do cosmos,
o ritmo secreto de cada vida.
Reconhecê-lo
não é chamar pelo nome,
mas sentir o peso leve
da paz que invade
e do despertar
que nunca mais se dobra ao sono.
Cada passo seu é silêncio e luz,
cada gesto, ponte entre o humano e o eterno.
Quem o encontra, não vê rosto nem forma,
mas sente o mundo inteiro respirar em si.
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