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sexta-feira, 29 de agosto de 2025

O Ofício de Despertar

Não trago verdades prontas,

nem carrego dogmas na palma da mão.

A minha arma é a pergunta,

o silêncio que fere,

a dúvida que abre frestas nos muros.

 

Vejo muitos a dormir de olhos abertos,

presas do hábito,

caminhando em sonhos emprestados,

alheios à própria sombra,

mas eu, teimoso, insisto:

acorda, pensa, repara no que te cerca.

 

Não quero seguidores,

nem ecos que repitam a minha voz,

quero apenas consciências em brasa,

almas que se revoltem contra mentiras

e homens e mulheres que ousem ver.

 

Se incomodo, é sinal de vida;

se provoco, é sinal de chama,

e se alguém desperta,

nem que seja um só,

já o mundo respirou diferente.

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