Ó Senhor, fonte de toda luz e vida,
escuta o clamor do coração humano,
a voz que treme diante do medo,
a alma que busca refúgio e esperança.
Tu és rocha firme em meio à tempestade,
porto seguro quando as ondas da vida
tentam arrastar-nos para o abismo.
Nos teus caminhos, encontramos direção,
nas tuas mãos, a proteção que acalma.
Senhor, em dias de dor, ouve meu lamento,
quando o espírito se curva sob o peso da injustiça,
quando a angústia se mistura à solidão.
Leva-me da sombra à luz, da aflição à paz,
ensina-me a confiar, mesmo quando o mundo vacila.
Teu amor é escudo, tua sabedoria, lâmpada,
cada bênção, um sopro que sustenta a vida.
Mesmo em silêncio, em noites de dúvidas,
Tua presença se sente invisível, mas real,
como o vento que acaricia as árvores.
Agradeço pelos rios de alegria,
pelas mãos amigas, pelos pequenos milagres,
pela coragem que nasce no medo,
pela fé que floresce em meio à incerteza.
Ó Senhor, que minha vida seja canção,
palavra e gesto de gratidão,
ecoando em toda a criação,
reconhecendo que cada instante
é dádiva, cada passo, caminho,
cada respiração, louvor.
Que a alma desperte,
que a mente se acalme,
que o coração se abra,
e que em ti, fonte eterna,
encontre paz, consolo e alegria sem fim.
(Este poema nasce da escuta atenta aos Salmos
bíblicos, esses cânticos milenares que entrelaçam dor e esperança, medo e
confiança, lamento e louvor. Não procurei aqui reproduzir palavra por palavra,
mas sim captar a essência viva que pulsa neles: a fragilidade humana diante do
mistério da vida, e a força que se descobre quando se olha para além de si
mesmo, em direção ao divino.
Os Salmos falam com a voz de todos os tempos: o clamor
do justo perseguido, o canto agradecido de quem se sente abençoado, a sabedoria
que nasce do silêncio, a confiança que resiste mesmo quando tudo parece ruir.
Mais do que textos antigos, são espelhos da alma. Cada
geração os lê à sua maneira, e em cada coração eles ressoam de modo único. Este
exercício poético é uma tentativa de trazer essa herança para o presente, em
linguagem que dialogue com o hoje, mas sem perder a densidade espiritual que os
faz atravessar os séculos.)
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