Tudo parece cair;
simples, certo, natural.
Mas o chão é apenas promessa,
e o peso que sentimos
é vestígio de um universo que se curva e respira.
O espaço se dobra,
o tempo se inclina,
e estrelas, planetas, luz e sombra
dançam ao som de uma música
que mal conseguimos ouvir.
Buracos negros engolem luz,
segredos que nem mesmo o olho vê,
e a gravidade, silenciosa,
ordena o caos,
enlaça o visível e o invisível.
Talvez, no silêncio quântico,
resida a chave de tudo:
o fio que liga o muito grande ao muito pequeno,
o sopro que une o cosmos inteiro
num único gesto de atração.
E nós, corpos frágeis,
sentimos apenas o toque sutil,
o abraço constante,
o lembrete de que nada cai por acaso.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.