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sábado, 23 de agosto de 2025

Uma Imobiliária de Espelhos

Na casa de colunas brancas,

ergue-se um palco de interesses,

onde as paredes, que deveriam guardar o povo,

servem apenas de vitrine ao império pessoal.

 

Cada sala é um contrato,

cada janela reflete apenas lucro,

e no coração do poder

não pulsa a justiça, mas a moeda.

 

Fala em nome da pátria,

mas cada palavra é pedra polida

para o próprio trono.

E no disfarce da paz

brilha o diadema dourado,

erguido sobre o chão ainda ensanguentado,

como prémio antecipado da vaidade.

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