Ergue-se no púlpito,
voz alta, cheia de promessas,
mas o eco revela mais sombras
do que verdades.
Rodeia-se de ecos dóceis,
que aplaudem sem pensar,
pois quem ousa criticá-lo
é logo lançado ao fogo da negação.
Fala de justiça,
mas constrói muros de engano;
jura amor ao povo,
mas alimenta-se do medo que semeia.
Não escuta senão o reflexo
do espelho que o adula,
e, na cegueira de não aceitar a crítica,
abre caminho para falsos amigos
e futuros traidores.
Um príncipe assim não reina,
apenas manipula
e quem nele confia,
acaba por se perder
nas correntes de palavras ocas
que se quebram ao primeiro vento da verdade.
(Este poema é um retrato metafórico de certas
lideranças políticas que não admitem crítica, preferindo rodear-se de ecos
falsos e de ilusões de poder. A mentira repetida não se transforma em verdade,
e a arrogância do discurso esconde sempre a fragilidade da sua essência.)
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