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sábado, 23 de agosto de 2025

O Príncipe de Voz Ruidosa

Ergue-se no púlpito,

voz alta, cheia de promessas,

mas o eco revela mais sombras

do que verdades.

 

Rodeia-se de ecos dóceis,

que aplaudem sem pensar,

pois quem ousa criticá-lo

é logo lançado ao fogo da negação.

 

Fala de justiça,

mas constrói muros de engano;

jura amor ao povo,

mas alimenta-se do medo que semeia.

 

Não escuta senão o reflexo

do espelho que o adula,

e, na cegueira de não aceitar a crítica,

abre caminho para falsos amigos

e futuros traidores.

 

Um príncipe assim não reina,

apenas manipula

e quem nele confia,

acaba por se perder

nas correntes de palavras ocas

que se quebram ao primeiro vento da verdade.

 

 

 

(Este poema é um retrato metafórico de certas lideranças políticas que não admitem crítica, preferindo rodear-se de ecos falsos e de ilusões de poder. A mentira repetida não se transforma em verdade, e a arrogância do discurso esconde sempre a fragilidade da sua essência.)

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