Dentro de nós, cidades ocultas,
anelam-se fios de silêncio.
Pequenos círculos de génese,
a vida escreve novas gramáticas
sem que a ouçamos.
Chamam-lhes obeliscos,
torres invisíveis, erguidas na carne,
guardando proteínas
que nenhum livro ainda revelou.
Entre dentes e sombras,
entre o sopro e a febre,
reproduzem-se em segredo,
num pacto com bactérias que conhecem
a memória da boca.
Serão parasitas?
Serão cúmplices da saúde?
Ou apenas passageiros mudos
num navio chamado corpo?
Enquanto perguntamos,
eles já nos habitam,
fundam impérios microscópicos,
talvez preparando
um novo alfabeto da vida.
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