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segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Hinos Védicos – Fluxo Poético do Cosmos

Agni, fogo sagrado, arde no coração e na terra,

tua chama purifica, ilumina, desperta.

Que o calor do espírito aqueça os fracos,

que a luz da sabedoria dissipe a escuridão.

 

Indra, senhor dos céus, da chuva e do trovão,

derrama coragem e força sobre os que hesitam,

abre as portas do espírito,

traz energia para mover montanhas internas.

 

Vayu, vento que tudo envolve,

sopra nos corações e nos rios,

leva embora a inquietude, o medo, a dúvida,

e lembra que a vida é fluxo, movimento, respiração.

 

Varuna, guardião das águas e do cosmos,

vigia o equilíbrio, a ordem eterna,

Rta que sustenta o céu e a terra,

o invisível fio que liga o homem ao universo.

 

Surya, sol que brilha sem cessar,

traz clareza, visão, força para agir,

ensina que cada instante é oportunidade,

cada gesto consciente, semente da eternidade.

 

Morte e renascimento, Soma e energia,

todas as forças dançam em harmonia,

cada ser é reflexo do divino,

cada ação, cada respiração, invocação sagrada.

 

Que as palavras cantadas, os sons sagrados,

ressoem no corpo, na mente, no espírito,

abrindo portais de introspecção,

despertando a atenção, a pureza, a presença.

 

A terra, os rios, as montanhas e os ventos,

cada criatura, cada estrela, cada suspiro,

é parte do grande cântico,

da oração eterna que tudo sustenta,

onde o homem, humilde, encontra seu lugar

entre o visível e o invisível,

entre o instante e o infinito.

 

Ó Vishnu, sustentador do cosmos,

tua mão segura a harmonia da vida,

Krishna, guia do coração e da consciência,

ensina que ação, devoção e sabedoria

não são caminhos separados, mas um só,

um fio que liga tudo ao eterno, ao sagrado,

à essência que jamais se perde.

 

Que a sabedoria dos Vedas nos toque hoje,

que cada respiração seja invocação,

que cada olhar, cada gesto, cada escolha

reflita a ordem, a luz e a verdade do universo.

Que nos tornemos conscientes

do cántico eterno que nos envolve,

da vibração que sustenta a vida,

da presença que habita tudo.

 

 

(Este poema é uma interpretação poética dos Hinos Védicos, os cânticos mais antigos da tradição hindu, que celebram a vida, a natureza, o cosmos e o divino. Não se trata de uma tradução literal, mas de uma tentativa de capturar a vibração, a força e a essência espiritual desses textos milenares em uma forma contemporânea e fluida.

O poema busca transmitir a sensação de conexão com o universo, a presença das forças cósmicas e a interdependência de todos os seres. Cada deus, cada elemento e cada invocação foi reinterpretado para criar um fluxo contínuo, contemplativo, que inspira reflexão, introspecção e consciência do instante.

O objetivo é oferecer ao leitor uma experiência que desperte a consciência da própria essência, o respeito pelo mundo que nos rodeia e a percepção de que cada ação, cada respiração e cada momento fazem parte de um grande cântico cósmico, que conecta o visível e o invisível, o temporal e o eterno.)

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