Agni, fogo sagrado, arde no coração e na terra,
tua chama purifica, ilumina, desperta.
Que o calor do espírito aqueça os fracos,
que a luz da sabedoria dissipe a escuridão.
Indra, senhor dos céus, da chuva e do trovão,
derrama coragem e força sobre os que hesitam,
abre as portas do espírito,
traz energia para mover montanhas internas.
Vayu, vento que tudo envolve,
sopra nos corações e nos rios,
leva embora a inquietude, o medo, a dúvida,
e lembra que a vida é fluxo, movimento, respiração.
Varuna, guardião das águas e do cosmos,
vigia o equilíbrio, a ordem eterna,
Rta que sustenta o céu e a terra,
o invisível fio que liga o homem ao universo.
Surya, sol que brilha sem cessar,
traz clareza, visão, força para agir,
ensina que cada instante é oportunidade,
cada gesto consciente, semente da eternidade.
Morte e renascimento, Soma e energia,
todas as forças dançam em harmonia,
cada ser é reflexo do divino,
cada ação, cada respiração, invocação sagrada.
Que as palavras cantadas, os sons sagrados,
ressoem no corpo, na mente, no espírito,
abrindo portais de introspecção,
despertando a atenção, a pureza, a presença.
A terra, os rios, as montanhas e os ventos,
cada criatura, cada estrela, cada suspiro,
é parte do grande cântico,
da oração eterna que tudo sustenta,
onde o homem, humilde, encontra seu lugar
entre o visível e o invisível,
entre o instante e o infinito.
Ó Vishnu, sustentador do cosmos,
tua mão segura a harmonia da vida,
Krishna, guia do coração e da consciência,
ensina que ação, devoção e sabedoria
não são caminhos separados, mas um só,
um fio que liga tudo ao eterno, ao sagrado,
à essência que jamais se perde.
Que a sabedoria dos Vedas nos toque hoje,
que cada respiração seja invocação,
que cada olhar, cada gesto, cada escolha
reflita a ordem, a luz e a verdade do universo.
Que nos tornemos conscientes
do cántico eterno que nos envolve,
da vibração que sustenta a vida,
da presença que habita tudo.
(Este poema é uma interpretação poética dos Hinos
Védicos, os cânticos mais antigos da tradição hindu, que celebram a vida, a
natureza, o cosmos e o divino. Não se trata de uma tradução literal, mas de uma
tentativa de capturar a vibração, a força e a essência espiritual desses textos
milenares em uma forma contemporânea e fluida.
O poema busca transmitir a sensação de conexão com o
universo, a presença das forças cósmicas e a interdependência de todos os
seres. Cada deus, cada elemento e cada invocação foi reinterpretado para criar
um fluxo contínuo, contemplativo, que inspira reflexão, introspecção e
consciência do instante.
O objetivo é oferecer ao leitor uma experiência que
desperte a consciência da própria essência, o respeito pelo mundo que nos
rodeia e a percepção de que cada ação, cada respiração e cada momento fazem
parte de um grande cântico cósmico, que conecta o visível e o invisível, o
temporal e o eterno.)
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